Todo mundo conhece os ninjas, porém, poucos são capazes de conhecer seus truques, afinal, mestres na arte de camuflagem, eles eram contratados por clãs para o extermínio dos rivais.
Em 1185, teve início no Japão um período histórico conhecido como xogunato, no qual o imperador tinha uma função decorativa e o poder de fato estava nas mãos de um general supremo, o xogum. Esse regime militar durou quase 700 anos e marcou a ascensão da elite guerreira do país, os samurais. Foi durante esse período que surgiu também um outro grupo de guerreiros, praticamente à margem da sociedade: os ninjas. Ao contrário dos samurais, que se orgulhavam de ser os guardiões dos senhores feudais e seguiam o bushidô – código que estabelecia normas rígidas de conduta, moral e honra –, os ninjas agiam à sombra e tinham suas próprias regras. Na luta pelo poder entre clãs rivais, eles eram contratados para atividades típicas de guerrilha, como espionagem, sabotagem e assassinato. Ganharam, por isso, a fama de mercenários.
Trata-se de uma fama injusta, segundo Fernando Cardoso, instrutor da Bujinkan Honbu Dojo, escola de São Paulo que ensina o ninjutsu, a arte marcial baseada nas técnicas desenvolvidas pelos ninjas. “Como em qualquer sociedade, no Japão existiam maus elementos dos dois lados. Cometiam crimes de todo tipo, mas eram uma minoria”, afirma Cardoso. “Os ninjas eram os rebeldes de sua época, uma força de resistência ao governo, que oprimia os clãs.”
Mais do que treinamento para a luta, o ninjutsu incorpora rituais de cultura e fé, com elementos do budismo e xintoísmo. Mas pouco se conhece sobre as regras e preceitos dos ninjas, pois os detalhes são até hoje mantidos em segredo. Sabe-se que os adeptos dedicavam pelo menos oito horas diárias à preparação para a guerra. “Existem descrições do treinamento, mas isso é muito bem guardado”, afirma Cardoso. Segundo ele, os Torah Maki (ou “documentos do tigre”, que contêm detalhes da história, linhagem e técnicas) estão nas mãos de Masaaki Hatsumi, mestre japonês treinado pelo último ninja de verdade.
Sujeito oculto
A palavra ninja significa, literalmente, “aquele que se oculta”. Ela reflete uma das principais habilidades desses guerreiros: agir furtivamente. Para isso, eram importantes o disfarce e a camuflagem. As vestimentas pretas, usadas em trabalhos noturnos, ou brancas, em missões na neve, garantiam virtual “invisibilidade”. Mas havia muitas outras técnicas para se esconder. Ele podia ficar durante horas ou dias num determinado local, comendo pouco, à espera de sua presa.
Os trajes do dia-a-dia também eram importantes para a segurança pessoal. Os ninjas não usavam uniforme porque, se fossem capturados, seriam imediatamente reconhecidos. Suas roupas conferiam-lhes anonimato, rapidez e leveza de movimento na hora de lutar. “Os ninjas também eram ótimos ilusionistas. Na época, as pessoas acreditavam em coisas inexplicáveis que hoje são facilmente entendidas à luz da ciência”, diz Cardoso.
Duas das principais vantagens dos ninjas eram a criatividade e a improvisação. Ao contrário dos samurais, que portavam espadas, os ninjas lutavam com o que tinham à mão. Um bom exemplo é a foice utilizada pelos camponeses na colheita de arroz. Acrescentando uma corrente a ela, o instrumento de trabalho transformou-se numa arma letal chamada kusari gama. Um simples bastão de madeira deu origem ao boken, uma poderosa espada. E as estrelas de arremesso, também usadas na luta corpo-a-corpo, eram chamadas de shuriken. Alguns ninjas explodiam bombas de gás para facilitar suas fugas. Outros usavam uma espécie de luva com garras nas palmas, para facilitar as escaladas.
Muitas dessas armas aparecem hoje com freqüência em filmes, livros, quadrinhos e jogos de computador. Nessas histórias, em geral, os ninjas são retratados com poderes quase mágicos. Mas, na vida real, eles sumiram do mapa. À medida que o Japão se abriu para a influência do Ocidente, a demanda por seus serviços foi desaparecendo. “Da Era Meiji (1868-1912) para cá, os ninjas foram esquecidos porque não serviam mais para o governo”, comenta Cardoso. Os últimos registros de atividade ninja datam da Segunda Guerra Mundial.
Truques e Ataques:
Mokuton quer dizer "uso da árvore". O ninja se esconde atrás de troncos ou agita galhos para desviar a atenção do oponente
Suiton é o "uso da água". O guerreiro pode ficar várias horas submerso, respirando por finos tubos de bambu, ou distrair o inimigo com o ruído da água
Doton, ou "uso do solo e das pedras". Formações rochosas ou buracos no solo são usados para se esconder
Kinton é o "uso do metal", para ofuscar a visão do inimigo refletindo luzes brilhantes ou distraí-lo com ruídos
Katon, ou "uso do fogo". A atenção do oponente é desviada por meio de truques pirotécnicos ou fumaça de pólvora
O combate corpo a corpo é chamado pelos ninjas de jutaijutsu. Na hora de atacar, procuram sempre desarmar o inimigo, e durante a luta, o objetivo é acertar os pontos vitais ou arrebentar os ossos dos adversários.
As roupas escuras, para não se fazer notar, fizeram os ninjas ficarem conhecidos como "guerreiros das sombras"
Arsenal:
A espada
Era a arma mais valorizada no combate. O fato de as técnicas ninjas serem desconhecidaspelos samurais, também lhes dava vantagem
Kusari-gama
Originalmente desenvolvida por fazendeiros, tanto para arar a terra quanto para defesa pessoal. Foi usada num primeiro momento pelos samurais e, depois, adotada pelos ninjas
Kusari-fundo
Correntes usadas para deter a espada do oponente e também para estrangulá-lo.
Shuko
Munhequeira com garras afiadas para deter golpes de espada, mas também úteis em escaladas
Kyoketsu-shogei
Corrente com punhal e gancho nas extremidades, para desarmar ou atingir os adversários à distância.
Shuriken
Estrelas de metal pontiagudas, lançadas à distância, para matar
atingindo os órgãos vitais
É muito legal
ResponderExcluirEra essa a informação que queria!
Ta muito bom
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