Assumir homossexualidade favorece desempenho no trabalho


Edson Valente, no UOL
Assumir a homossexualidade no escritório ainda é tabu para muita gente, mas há companhias que já facilitam o processo. Essa abertura foi decisiva para que o administrador de empresas Vital de Carvalho, 42, revelasse para os colegas sua preferência sexual.
“Foi um desafio para mim. Algo por que tinha de passar, assumir para mim mesmo e não só para a sociedade. Uma afirmação de identidade”, lembra.
A decisão foi tomada em 1998, só dez anos depois de haver começado sua carreira na Du Pont como estagiário. Abrir o jogo humanizou, por assim dizer, as relações de Carvalho no ambiente corporativo. “Antes eu não tinha final de semana [aos olhos dos colegas], entrava em um casulo”, considera.
Depois de ter “saído do armário”, o administrador levou seu parceiro a uma festa de comemoração da empresa, realizada em 2002, na Sala São Paulo, no centro da capital paulista.
O administrador de empresas Vital de Carvalho, 42, contou com o apoio da Du Pont para revelar sua preferência sexual aos colegas de trabalho João Alvarez/UOL
Em 2004 sua vida passou por nova mudança, desta vez geográfica: foi transferido para a unidade de Camaçari (BA), onde ocupa o cargo de controller de operações. “Já cheguei me assumindo, para colocar o tom no novo ambiente de trabalho”, frisa. “E também não tive qualquer tipo de repressão.”
Carvalho conta que se valeu de uma rede global desenvolvida pela empresa especialmente para a comunicação entre empregados LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) para revelar que fazia parte desse grupo.
Desde então, ministra palestras sobre preconceito e homossexualidade dentro da própria companhia. “Sempre houve um ambiente de respeito, nunca sofri discriminação.”

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